Panorama da comercialização de antimicrobianos no Brasil sob a ótica do Sistema Nacional de Gerenciamento de Produtos Controlados

Abstract

O início do uso de antimicrobianos a partir da década de 1930 foi fator primordial para a redução sobre as taxas de mortalidade no mundo desenvolvido. Além do uso na saúde humana, os antimicrobianos, também, são usados na saúde animal e em outras atividades comerciais. Ocorre que o uso indiscriminado de antimicrobianos pode gerar um dos principais problemas de saúde pública, a resistência microbiana. Na tentativa de contribuir com a redução da resistência aos antimicrobianos a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), em 26 de outubro de 2010, determinou a retenção da receita de antimicrobianos dispensados em drogarias e farmácias do país. Neste trabalho, analisa-se o acesso e consumo brasileiro de medicamentos antimicrobianos, por meio de um estudo farmacoepidemiológico descritivo a partir de dados de prescrição e de consumo escriturados por estabelecimentos farmacêuticos no Sistema Nacional de Gerenciamento de Produtos Controlados-SNGPC. Nesse estudo foi identificada uma tendência de consumo sazonal relacionada, provavelmente, ao inverno. Assim como, um percentual de prescrição de odontólogos bem maior que o descrito em outros artigos. Os estados que apresentam o maior consumo per capita de antimicrobianos industrializados se repetem, são Rio Grande do Sul, São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Paraná. O estado, por meio da ANVISA, deve revisitar essa medida de controle, para realizar ajustes e reforçar a conscientização do uso racional desses medicamentos, a fim de obter bons resultados como o caso do Chile.